A taxa era de 11,25% ao ano. De acordo com o Copom, a inflação acima da meta no Brasil foi um dos principais fatores que influenciaram essa decisão.
Copom eleva a taxa Selic em 1 p.p. de 11,25% para 12,25% ao ano e informa novos aumentos para 2025
Na última reunião do ano, realizada nesta quarta-feira (11), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu aumentar a taxa Selic de 11,25% para 12,25% ao ano.
Com o acréscimo de 1 ponto percentual na taxa básica de juros, o Banco Central adota uma postura mais rigorosa para controlar a inflação.
Os nove diretores do BC foram unânimes ao votar pelo aumento de 1 ponto percentual na Selic. Copom eleva a taxa Selic em 1 p.p. de 11,25% para 12,25% ao ano e informa novos aumentos para 2025
Em comunicado, o Copom indicou que novos aumentos de 1 ponto percentual estão previstos para as próximas reuniões em janeiro e março do ano seguinte.
"Diante de um cenário mais desafiador para a convergência da inflação, o Comitê antecipa que, se o cenário esperado se confirmar, ajustes de mesma magnitude serão realizados nas próximas duas reuniões", afirmou o Banco Central em seu comunicado.
A intensidade do aperto monetário (ciclo de aumento de juros) será determinada pelo compromisso firme de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica inflacionária.
A taxa de juros nos últimos 10 anos
Nos últimos 10 anos, a taxa de juros no Brasil passou por diversas oscilações, refletindo as mudanças econômicas e políticas do país.
2014-2016: Durante este período, a taxa Selic estava em uma trajetória de queda, passando de 10% para 14,25% em 2015, e depois caindo para 14% em 2016. A economia enfrentava desafios como a crise política e a queda da demanda global.
2017-2018: A taxa Selic continuou a cair, chegando a 7% em 2017 e 6,5% em 2018. A estabilidade política e as medidas de ajuste fiscal contribuíram para essa redução.
2019-2020: A taxa Selic começou a subir novamente, atingindo 4,5% em 2019 e 2% em 2020. A pandemia de COVID-19 e as medidas de estímulo econômico levaram o BC a reduzir a taxa de juros para apoiar a economia.
2021-2022: A taxa Selic voltou a subir até 7,75% em 2021 e 13,75% em 2022, enquanto a economia começava a se recuperar gradualmente da pandemia.
2023-2024: A taxa Selic atingiu 12,25% em 2023 e em 2024 passou por quedas até 10,50% mas acabou o ano em 12,25 % em 2024. A alta inflação e a necessidade de controlá-la foram os principais motivos para essa elevação.
Essas oscilações refletem a complexidade do cenário econômico brasileiro e a resposta do Banco Central às diversas pressões internas e externas para atingir a meta estipulada.
A partir de janeiro, o comando passará a Gabriel Galípolo, indicado pelo terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Também integrarão o Copom três novos diretores indicados pelo governo petista, aprovados pelo Senado nesta terça-feira.
Oportunidades na renda variável
O cenário econômico atual, marcado por uma alta na taxa de juros, pode parecer desafiador para investidores em ativos de renda variável. No entanto, essa fase também apresenta oportunidades únicas para quem sabe como navegar pelo mercado. Vamos explorar algumas dessas oportunidades e como elas podem ser aproveitadas.
Fundos Imobiliários
Os fundos imobiliários estão neste momento de alta taxa de juros em uma desvalorização de suas cotas negociadas em bolsa de valores. Devido ao aumento da taxa de juros no Brasil, isso pode criar um sentimento de pânico em muitos investidores que acabam tomando a decisão de vender suas cotas e alocar recursos em ativos de menos risco.
Em uma primeira análise parece ser vantajoso vender um fundo imobiliário que rende em média 0,8% ao mês correndo os riscos de renda variável para comprar um CDB ou um titulo do governo que é mais seguro e que rende hoje mais de 1% ao mês.
Isso faz com que muitos fundos imobiliários com excelentes gestoras, ótimos imóveis e muito bem localizados, com suas vacâncias física e financeira controlada, ou seja, Fundos muito bem fundamentados acabem tendo seu valor de mercado abaixo de seu valor patrimonial e abaixo das suas médias históricas.
Quem investe com foco no longo prazo e acompanha o mercado, espera por esses momentos de depressão, medo e pânico para comprar ótimos fundos imobiliários por um preço de cotação em bolsa muito abaixo das médias históricas, e no longo prazo ganha com a valorização da cota no longo prazo e com o dividendo comparado ao preço de compra, chamado de dividend yield on cost.
Ações
Assim como nos fundos imobiliários as ações também passam pelo mesmo processo no ciclo de alta da taxa de juros, as ações são vendidas em massa em um sentimento de pânico dos investidores e ótimas empresas, lucrativas com bons fundamentos são negociadas a preços atraentes para quem acompanha o mercado.
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